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Patos,12/05/2025

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Quando Nara Passava: Memórias da Garota Mais Bela de Patos

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Quando Nara Passava: Memórias da Garota Mais Bela de Patos

Mais uma lembrança gostosa que o tempo não apaga. Voltemos aos fins dos anos 1960 e início dos anos 1970, quando Patos era uma cidade pequena, pacata, tranquila e sobretudo inocente — nos dava a exata noção do que era viver em um verdadeiro interior.

Eu morava na mesma rua onde nasci, a Major Wanderley, bem ali perto do Hotel JK e da Praça Getúlio Vargas. Tinha uma bicicletinha — nem grande, nem pequena — do tamanho ideal para meus passeios pelo bairro da Brasília, onde conheci gente de todo tipo e fiz amizades que carrego na memória até hoje.

Era comum nos reunirmos na esquina onde, se não me falha a lembrança, morava um senhor chamado Anóbio. Hoje, a casa do diretor da UNIFIP, João Leuson Palmeira. Ali, entre risos e brincadeiras, estavam eu, Bosta de Cigano (motorista do deputado Otacílio de Queiroz), Nêgo Lino de João Xavier e outros cujo nome o tempo, danado que só, levou embora da minha memória. Mas o que ninguém esquece — ninguém mesmo — era o momento mais aguardado de todas aquelas noites: a passagem de Nara, filha do Dr. Olavo, a garota mais bela da cidade.

Era como se o mundo parasse por alguns segundos. Os corações ainda infantis, sem entender bem o que era o amor, já sentiam a magia de sua presença. Metade dos jovens de Patos era apaixonado por Nara; a outra metade alimentava a esperança de um dia namorá-la. Seu irmão, Olavinho, às vezes aparecia para brincar conosco, mas quando ela se aproximava, tudo mudava.

Lembro do dia em que Nara pediu minha bicicletinha emprestada para dar uma voltinha. Eu mal acreditei. Entreguei com tanto zelo que, depois do passeio, não tive coragem de lavar o banco. Ficava cheirando o selim, como quem guardava um tesouro. Coisas de criança.

E eu me habituei àquela esquina. Ia toda noite, firme, como se fosse um ritual. Acabei conhecendo Iana, acho que é a mais velha da família, e virei fã de Dr. Olavo, o Olavão. Acompanhei comícios, ajudei a levantar faixas — uma delas coloquei com orgulho no ombro dele em um comício na Rua Paulo Mendes, ao lado do Hotel JK —, mas nada tirava da minha cabeça a imagem da Nara passando com aquele charme silencioso e encantador.

Voltei a encontrá-la na residência de Olavão, quando ainda candidato, recebeu a visita do Deputado Federal, Marcos Freire de Pernambuco para um comício grandioso na campanha.

Formamos, sem combinar, uma legião de apaixonados por ela. Não cabe aqui revelar os nomes — não fui autorizado — mas eram muitos, pode acreditar. E agora, mais de cinquenta anos depois, essas lembranças não causam ciúme algum, apenas um sorriso sereno e saudoso de quem teve o privilégio de viver num tempo tão puro e bonito.

Boas lembranças… que ficam. Sempre.

Marcelo Negreiros




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