Ele não é o famoso “Imperador” dos campos de futebol, mas ganhou esse apelido por outro motivo: Adriano Galdino, deputado estadual e atual presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, vem sendo chamado por muitos de “Imperador da política paraibana”, em tom crítico, por conta de seu crescente poder e influência no cenário estadual.

Nos bastidores, comenta-se que Galdino articula para ser o candidato ao Governo da Paraíba pelo Republicanos, partido ao qual pertence. Segundo aliados próximos, ele só recuaria da disputa caso o nome escolhido fosse o do deputado federal Hugo Motta, líder nacional da legenda.

A trajetória política de Adriano Galdino é marcada por conquistas eleitorais expressivas e pela construção de um verdadeiro clã familiar com presença em diversos cargos públicos. De ex-prefeito de Pocinhos, ele ascendeu ao comando da Assembleia Legislativa, viu o irmão, Murilo Galdino, ser eleito deputado federal, e mais recentemente, teve a filha, Alana Galdino, nomeada conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), nomeação que gerou duras críticas por suspeitas de favorecimento e nepotismo.

O acúmulo de poder e influência tem causado desconforto em aliados e provocado reações negativas entre parte da classe política e da opinião pública. A crítica mais recorrente é de que Galdino tem concentrado poder demais, tanto político quanto institucional, e que sua ambição pela cadeira de governador poderia atropelar o processo democrático dentro da própria base aliada do atual governador, João Azevêdo.

Apesar de sua força política, o nome de Galdino ainda é visto com desconfiança por importantes lideranças regionais, como a família Ribeiro, além de não haver garantias de aceitação por parte do eleitorado paraibano. A leitura entre observadores é de que, antes de consolidar sua candidatura, o deputado precisará convencer aliados e, sobretudo, medir sua real aceitação popular.

No contraste entre o carisma do "Imperador" do futebol, Adriano Leite Ribeiro, e a figura política de Adriano Galdino, a crítica é clara: enquanto um encantava multidões com gols, o outro é acusado de excesso de vaidade e sede de poder. O futuro político do deputado, no entanto, dependerá da capacidade de unir sua base e, principalmente, convencer os paraibanos de que está preparado para governar o Estado — sem a coroa e sem imposições.