Convocação de servidores para evento com cunho político gera polêmica em São José de Espinharas

A prefeita de São José de Espinharas, Thaise Gomes, está sendo alvo de críticas após áudios circularem em grupos de mensagens revelando que ela teria feito uma convocação com tom de intimação a servidores municipais para participarem de um evento junino nesta quinta-feira, dia 3 de julho.
De acordo com os áudios, a festa intitulada “arraiá junino” teria como um dos principais objetivos apresentar publicamente, pela primeira vez, o pré-candidato a deputado estadual Segundo Domiciano, que passou recentemente a contar com o apoio político da gestora.
A forma como a convocação foi feita gerou reação negativa entre parte da população e dos próprios servidores, que estariam se sentindo pressionados a comparecer sob risco de retaliação ou perseguição política. A situação também levantou alerta entre membros do Sindicato dos Servidores Municipais, que estuda acionar judicialmente a Prefeitura por uso indevido da máquina pública para fins eleitorais.
A legislação eleitoral brasileira proíbe expressamente o uso do cargo público para coagir ou direcionar votos, sendo considerada infração grave qualquer tentativa de vincular eventos oficiais à promoção de candidaturas.
Em um dos áudios atribuídos à prefeita, a mesma afirma que a presença dos servidores será obrigatória, com exceções apenas para aqueles doentes ou em situação de emergência familiar. Em outro áudio, o próprio pré-candidato Segundo Domiciano confirma sua presença no evento, onde será apresentado como o nome apoiado pela prefeita.
O episódio foi classificado por críticos como um exemplo claro de pressão institucional indevida, sendo associado a práticas políticas ultrapassadas como o “voto de cabresto”. Lideranças locais relembraram o legado democrático de figuras históricas do município, como Darcilio e Antônio Murilo Wanderley, e afirmaram que ações como essa vão na contramão da liberdade de escolha garantida pela democracia.
Caso provocado, o Ministério Público Eleitoral poderá investigar a denúncia e, se confirmadas as irregularidades, a prefeita pode ser responsabilizada por abuso de poder político e uso da estrutura administrativa para fins eleitorais.
Ouça os áudios:
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Redação leia58.blog
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