MP abre investigação sobre destruição de terreiro em João Pessoa e aponta crime de racismo religioso

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) instaurou um procedimento para acompanhar as investigações sobre a destruição do terreiro de candomblé do Pai Lei D’Azauani, ocorrido na noite do último sábado (13), no Bairro das Indústrias, em João Pessoa. O caso, tratado como intolerância religiosa, está sendo conduzido pela 46ª promotora de Justiça da Capital, Fabiana Lobo, que atua na defesa da cidadania e dos direitos fundamentais.
A promotora determinou que a Delegacia de Repressão aos Crimes Homofóbicos, Étnico-raciais e Delitos de Intolerância Religiosa (Dechradi) seja oficiada para dar andamento às apurações. “As investigações ficarão a cargo da Polícia Civil e, uma vez identificados os autores, eles responderão por crimes diversos, inclusive por racismo religioso”, destacou Fabiana Lobo.
O episódio não é isolado. Segundo a promotora, outros casos de ameaças e violência contra praticantes de religiões de matriz africana vêm sendo registrados na Paraíba. “Esses fatos revelam que o racismo religioso e a intolerância ainda estão fortemente presentes em nossa sociedade, mesmo em pleno século XXI. Isso exige uma resposta firme do Estado, tanto por meio da repressão policial quanto de ações educativas para conscientização da população”, afirmou.
Audiência marcada
Diante da gravidade do caso, o MPPB realizará uma audiência no próximo dia 6 de outubro, às 9h, no auditório da Promotoria de Justiça de João Pessoa. A reunião contará também com a participação da procuradora dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Janaína Andrade.
Foram convocados representantes da Secretaria de Estado das Mulheres e Diversidade Humana, do Fórum da Diversidade Religiosa da Paraíba e lideranças de diferentes tradições religiosas, em especial das religiões de matriz africana, para debater medidas de combate ao racismo religioso e garantir proteção aos terreiros e seus praticantes.
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