Seja bem-vindo
Patos,18/09/2025

  • A +
  • A -

Treinar em jejum ajuda a queimar mais gordura? Médica explica

leia58.blog
Treinar em jejum ajuda a queimar mais gordura? Médica explica



A busca pela perda de gordura pode ser considerada um dos principais objetivos de quem inicia a prática de exercícios físicos. Entre as estratégias mais comentadas pelos amantes das atividades físicas, o treino em jejum ganhou fama como um possível acelerador do emagrecimento. A ideia parece lógica: se o corpo está sem comida por várias horas, ele precisaria recorrer à gordura acumulada para gerar energia. Mas será que isso funciona de verdade ou é apenas mais um mito?


De acordo com a médica nutróloga Danielli Orletti, a resposta não é tão simples. A especialista explica que, sim, há maior utilização da gordura corporal como fonte de energia em jejum, mas isso não significa necessariamente emagrecimento. Ela também ressalta que a prática só é indicada para alguns tipos de exercício, já que pode trazer riscos e não deve ser feita por todos.


O que significa treinar em jejum?


Ortelli explica que treinar em jejum significa realizar uma atividade física após um período de 8 a 12 horas sem se alimentar, geralmente depois de uma noite de sono. Nesse estado, qualquer exercício que aumente a frequência cardíaca além do nível de repouso, entre 60 e 100 batimentos por minuto, já é considerado um treino em jejum.


Na prática, a especialista explica que a pessoa pode dormir, acordar, tomar água, café ou chá, que são bebidas que não quebram o jejum, e se exercitar.


A médica ainda fala sobre a diferença entre os tipos de jejum. “O chamado jejum curto, de 8 a 12 horas, é o mais comum, acontece naturalmente após uma noite de sono. Basta dormir entre 6 e 8 horas para acordar já em jejum, o que permite a realização de exercícios leves ou moderados, de até uma hora, sem maiores riscos”, pontua.


“Já o jejum prolongado, acima de 12 horas, exige maior adaptação fisiológica e não é bem tolerado por todas as pessoas. Na prática, a diferença entre os dois está na capacidade individual de sustentar períodos mais longos sem alimentação, o que pode limitar a segurança e o rendimento durante a atividade física”, destaca Danielli.


Queima de gordura no treino em jejum


Sobre a queima de gordura durante o treino em jejum, a especialista reforça que, do ponto de vista fisiológico, existe, sim, uma queima de gordura. Danielli explica que isso ocorre devido à maior mobilização de ácidos graxos como fonte de energia.


“Durante o jejum, há uma maior mobilização e uso dos ácidos graxos, as gorduras circulantes no sangue, como principal fonte de energia, já que os níveis de insulina permanecem mais baixos”, destaca.


No entanto, a médica expõe que isso não necessariamente significa maior perda de gordura corporal, já que essa perda depende de um balanço energético global reduzido. “Para que haja perda de peso e redução da gordura corporal, é necessário manter um déficit calórico ao longo do dia, ou seja, gastar mais energia do que se consome”, ressalta.


Nesse caso, como o jejum vai auxiliar no emagrecimento? De acordo com Ortelli, o jejum pode contribuir para o emagrecimento ao reduzir a chamada janela alimentar. “Com menos horas disponíveis para comer, a tendência é que a ingestão calórica diminua, favorecendo um balanço energético negativo entre o que se consome e o que se gasta”, explica a médica.


Riscos e contraindicações do treino em jejum


De acordo com Danielli, o principal risco de treinar em jejum é a possibilidade de quadros de hipoglicemia, que são as quedas abruptas do nível de açúcar no sangue.


“Nessas condições, o praticante pode apresentar tontura, desmaios e queda de desempenho, sobretudo em treinos intensos, já que a baixa disponibilidade de energia impede que ele atinja sua capacidade máxima. Em exercícios muito longos ou extenuantes, há ainda o risco de catabolismo muscular, ou seja, a degradação da massa magra”, alerta a especialista.


Além disso, há grupos de pessoas que não devem realizar a prática. “Pessoas com diabetes, hipertensão descontrolada, problemas de tireoide, gestantes, lactantes e indivíduos com histórico de compulsão alimentar não devem treinar em jejum”, afirma.


Mesmo em pessoas saudáveis, é importante observar como o corpo reage. “Se surgirem sintomas como fraqueza intensa, tontura ou mal-estar desproporcional ao esforço, é sinal de que o organismo não está conseguindo se adaptar ao estresse do treino em jejum”, reforça a especialista.


O que avaliar antes de começar


Antes de adotar a prática, a médica recomenda avaliar quatro pontos principais:



  1. Tipo e intensidade do treino: dar preferência a atividades leves a moderadas, com duração de até uma hora;

  2. Condições de saúde: descartar doenças ou condições que contraindiquem;

  3. Objetivo: para performance, não é indicado; para fins estéticos, pode ter utilidade;

  4. Adaptação prévia: quem já pratica jejum fora do treino tende a se adaptar melhor.


Segundo a Danielli, alguns cuidados aumentam a segurança da prática. “Antes do treino, sono de qualidade e hidratação são fundamentais. Durante, é importante respeitar os limites do corpo, monitorar sintomas de hipoglicemia e manter-se hidratado. Depois, o ideal é repor energia com carboidratos de boa qualidade e proteínas de alto valor biológico, que ajudam na recuperação muscular e repõem os estoques de glicogênio”, orienta.


A médica destaca que o treino em jejum pode ser uma estratégia válida em determinados contextos, mas não deve ser visto como uma fórmula milagrosa para emagrecer.




Source link






COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.