Haddad rebate Trump e diz que Brics quer “mundo mais equilibrado”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o objetivo do bloco do Brics, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e parceiros, é contribuir para um “mundo mais equilibrado”. Haddad reagiu a crítica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou a cúpula — realizada no Rio de Janeiro — de “minar os interesses americanos”.
Em entrevista ao Metrópoles nesta terça-feira (8/7), Haddad afirmou que o Brics representa os interesses do Sul Global e, por isso, busca reduzir desigualdades no cenário internacional, que, por muito tempo, foi dominado pelo G7 segundo o ministro de Lula.
Haddad rebateu a ameaça dizendo acreditar que Trump “nem saiba o que quer dizer [ao ameaçar tarifaço ao Brics]. Os Brics são países que estão representando interesses do Sul Global em busca de mais cooperação. É isso que são os Brics. Até outro dia, só existia o G7. Só existiam 7 países comandando tudo”, disse.
“Esses países, vale lembrar, foram responsáveis pelo colonialismo. Todos esses conflitos têm origem no colonialismo e no imperialismo. Queremos um mundo mais equilibrado. Não estamos contra. Estamos buscando acordos com a União Europeia. Estamos querendo dar voz a mais atores. Por que o Brasil fortalece tanto o G20? Porque, senão, os mesmos 7 países do mundo vão continuar dando a tônica de tudo”, completou Haddad aos jornalistas Igor Gadelha, Mariana Andrade e Gabriela Pereira do Metrópoles.
Veja a íntegra da entrevista:
“Força antinacional”
Haddad afirmou que a oposição do governo no Congresso atua como uma força “antinacional” e que não colabora com os interesses do país, chegando a prejudicar até as Forças Armadas.
Ao Metrópoles, o chefe da Fazenda criticou parlamentares que se dizem “patriotas”, mas que, segundo ele, “batem continência à bandeira dos Estados Unidos” e “torcem por um golpe externo”, o que, para Haddad, não condiz com o papel de um representante do povo.
“A extrema direita é antinacional. Ela não está colaborando com os interesses nacionais. Hoje, em virtude dessa oposição completamente irresponsável, estamos deixando as Forças Armadas — que não têm verbas vinculadas — sem recurso. O Itamaraty sem recurso. Tudo isso para beneficiar meia dúzia de empresários”, afirmou Haddad.
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“Eu nunca conversei sobre 2026 com o presidente”, disse Haddad
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Haddad: “A extrema direita é antinacional. Ela não está colaborando com os interesses nacionais”
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Haddad: “Eu gostaria de concluir minha agenda à frente da Fazenda”
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[Metrópoles]
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