Primeira-dama e aliados viram réus em esquema que uniu facção criminosa e prefeitura nas eleições de João Pessoa

As investigações da Operação Território Livre revelaram um enredo explosivo que mistura política, facção criminosa e eleições municipais em João Pessoa. O Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou a primeira-dama Lauremília Lucena, a ex-vereadora Raíssa Lacerda e outras oito pessoas por organização criminosa, corrupção eleitoral, coação de eleitores e peculato. A Justiça Eleitoral aceitou a denúncia, tornando todos réus no processo.
O coração do esquema
Segundo o MPE, a facção Nova Okaida controlava territórios da capital, como os bairros de São José e Alto do Mateus, restringindo por meio da intimidação e da violência a livre manifestação política. Em troca de apoio eleitoral, integrantes da facção e seus familiares teriam sido agraciados com cargos, gratificações e vantagens dentro da administração municipal.
Interceptações telefônicas, conversas de WhatsApp, documentos e até dinheiro em espécie apreendido sustentam as acusações.
Quem é quem na denúncia
- Lauremília Lucena (primeira-dama de João Pessoa) — Apontada como peça central do esquema, teria coordenado nomeações e acordos em troca de apoio político para o marido, o prefeito Cícero Lucena. Conversas revelam cobranças e exigências da facção diretamente a ela.
- Tereza Cristina Barbosa (secretária de Lauremília) — Atuava como braço direito da primeira-dama, repassando pedidos de cargos e acompanhando contratações fraudulentas.
- Raíssa Lacerda (ex-vereadora) — Usava influência política para negociar com a facção, garantindo votos e intimidando adversários. É também acusada de praticar “rachadinha”. Na sua casa, foram encontrados mais de R$ 36 mil em espécie.
- Keny Rogeus (“Poeta”) — Líder da Nova Okaida no bairro São José, comandava as ações de dentro do presídio. Cobrava cargos e benefícios em troca de apoio eleitoral.
- Pollyanna Monteiro (esposa de Keny) — Responsável por executar as ordens do marido em liberdade, pressionando políticos e servidores.
- David Sena (“Cabeça”) — Liderava a facção no Alto do Mateus, articulando acordos para assegurar votos e barrar opositores.
- Kaline Neres — Interlocutora da facção, negociava diretamente apoio eleitoral em troca de vantagens.
- Taciana do Nascimento — Presidente da ONG Ateliê da Vida, é acusada de movimentar valores e disfarçar repasses do esquema.
- Josevaldo Gomes — Conselheiro tutelar, atuava como elo entre a facção e a prefeitura, intermediando contratações.
- Jonathan Dário — Responsável por organizar reuniões e repassar exigências da facção à primeira-dama.
As defesas
- A defesa de Lauremília e Tereza Cristina diz confiar na Justiça e aposta na absolvição.
- O advogado de Keny Rogeus alegou serenidade diante da denúncia, aguardando acesso integral ao processo.
- A defesa de Raíssa Lacerda reafirmou a inocência da ex-vereadora.
- Pollyana Monteiro não se manifestou até a última atualização.
- As defesas de Kaline Neres, Taciana Batista, David Sena, Josevaldo Gomes e Jonathan Dário não foram localizadas.
leia58.blog com informações de G1/PB
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